segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A fome - Parte 2



[Leia a primeira parte aqui]

'Nude Woman in a Red Armchair', Pablo Picasso


Daniel


[Desaceleração]

A bala ondula da ponta da língua para dentro da boca.
Ela lambe os próprios lábios e sorri sacana por alguns milissegundos.
Revira os olhos e faz aquela maldita carinha de inocente. (Ah, deliciosa vadia.)
Inspiração, taquicardia, os 3 passos mais distantes da história.
A súbita tranquilidade, o foco preciso em todos os movimentos.
Colou seus lábios no dela, ambicionando roubar-lhe mais do que aquela bala.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Madá





Eu havia tomado um gole de vinho, Magdalena estava semi nua deitada no tapete. A vela criava um feixe de luz pardo, pacóvio e sem força. Eu estava sentado junto ao chão, olhando as curvas de mulher, as reentrâncias femininas e as marcas do amor feito. Magdalena era um amor de mulher, fiel, sensual, inteligente, dedicada, muito capaz como companheira e mais ainda como uma amante. Seus talentos em me fazer feliz eram divinos, algo que transcendia todo o conhecimento de sentimentos.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Basta um corpo




Havíamos dado a primeira, depois de tanto tempo de espera, eu já imaginava que a comeria como um bicho faminto, não gastaria meu fôlego com palavras, depois de tanto tempo só conversando, minha vontade era apenas matar minha fome.

Eu nem esperava por tanto, acho que nem sabia que existia essa vontade de devorar ser raciocínio algum, quase uma catarse, foi assim que eu me senti, mesmo antes de entrar nela, e não poderia fazê-lo sem com que minha língua sentisse o gosto de todo o seu corpo, reentrâncias e saliências.

Eva e Helena






Porra...depois que eu comi aquela vagabinha minha vida não foi mais a mesma...o cabra que experimenta uma segunda bucetinha depois de tanto tempo com xota delivery, a disposição 24 horas...fode tudo! Só vai querer passar a vara em carne de primeira...você que fica lá no papai e mamãe, horário certo pra trepar, aquele rotina toda certinha...aí me aparece uma mulher como rabo daqueles se esfregando em você...aaaah cara, não há candango que resista...

Respeite o meu "Caos"




Eu poderia começar da minha infância, falar alguma coisa sobre a minha juventude, contar uma história engraçada. Mas sejamos francos se chegou até aqui é porque você tá pouco se fudendo para minha vida. Você quer saber quando a porra toda deu merda, do sexo! Afinal eu sou o “espetáculo da sua mediocridade”, aquela porta que escondeu do seu mundo de pai de família, contas para pagar, esposa, filhos, é, eu sei quem você é, mas eu sou um mistério para você, por isso vem ao meu encontro aqui em meu mundo descompassado, equilibrado pelo caos.

O Fundo do Poço






O fundo do poço... parece clichê a minha figura taciturna num bar cheio de prostitutas, bebendo uísque barato, enquanto o barman tenta expulsar alguns baratas que rondam pelo balcão. Talvez em outra ocasião até sentisse nojo, mas não hoje, não nesse lugar, a decadência tem cara. Percebo que quanto mais vozes gritam em sua cabeça, mais calado você fica para o mundo, sempre temos algo a esconder, a minha quietude camufla a angústia. Embora seja involuntário soa tão falso, mas que se dane! Para quê cuspir um papo chato, melancólico a ouvidos indiferentes? Com certeza, não levaria sequer uma dessas rameiras para cama, independente da quantia que pagasse. Os fantasmas de cada um já são assombrosos demais, ninguém precisa se assustar com o dos outros.

A Loira do Bonfim





Meus dias de penúrias acabaram. Depois de passar por períodos de vacas magras, agora arrumo um trabalho de taxista noturno. Estava muito tranquilo o meu primeiro dia de trabalho e a noite estava muito sossegada. Fiz duas corridas, atendi uma cliente pelo telefone, mas ela havia cancelado o trabalho. Um amigo disse que local bom pra arrumar corrida é na zona boêmia, então bora pra lá, estarei lucrando sobre o dinheiro dos bêbados, prostitutas e degenerados da boca do lixo de Belo Horizonte.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Deuses Poetas e Vagabundos


Quando a tentativa de existir é motivada pela vontade de nunca ter existido, só te resta criar pessoas e mundos, escrever, pintar, esculpir, dançar, cantar, tocar...convidamos a todos da platéia pra uma taça de absinto, veja as cores como elas são pela última vez, diferente do nosso Deus, mesmo embriagada, eu não minto.

Acha que não tenho fé? Creio tanto em Deus que me sinto um, se esse ser existe e criou um mundo, ele é a mais correta descrição do surreal, se ele é inteligente e justo é por que ao seu universo ele achava banal.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Argumentos do Rei





A súdita tem certeza de que seu rei a observa e por isso ela deixa cair um pouco o seu decote, sua saia sobe "sem querer" . O que ele não entende é que ela o enxerga, espreitando por trás desse muro. E esse é o melhor diálogo entre os dois...o único que tem poder de seduzir esse governante.

Ela treina nas horas vagas, e ele sabe que as flechas que essa mulher atira,  não são pra todos os homens, são apenas pra ele...e dentro desse silêncio ele não passa de um grande dominador...ele vai passar a se ver dessa forma, depois que ele compreender que aprendeu a gerir seus discursos falados com bastante maestria, mas não é só o verbo que estabelece limites...e só esse é o seu erro. Ele já tem o poder de comandar calado, e é nesses joguetes que se encontra a sua liderança de forma mais pura.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A Dama da Tarde






Não havia limites para meus sentidos, meus desejos e meu senso moral. Eu já era mãe, família criada, viúva. Havia esquecido de viver para mim mesma há tempos. Trabalho, levar filhos para escola, ir ao centro comercial, encontro com as amigas, almoço de domingo... Já estava estafada dos meus cotidianos problemas. Em uma determinada tarde de sábado eu liguei o Foda-se para vida e para todo senso comum. A partir deste dia, resolvi a viver para mim.  

Fantasia




Eu tive uma discussão com alguém sobre "impedimentos", essa pessoa justifica em abrir mãos desejos, em função dos "impedimentos", ele considera inclusive que tentar superar a estes, é uma FANTASIA. E por isso não quer saber de mim.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ana



         Quando pus o vestido percebi que era melhor tirá-lo. Às vezes mesmo com a sedução que a roupa propõe, mostrar-se nua, inteira, intacta pode ser excitante ao sexo. Christian não para de me olhar, completamente vestido e amarrado na cama, parece estar perdido nas dobras do meu corpo. Mas é isso que eu quero, deixá-lo completamente insano antes de me possuir dentro dele.
- Por que faz isso comigo, Anastasia? Não vê que me estou louco pra meter em você?

Diário de Anya Phillips








Com sua Alma torturada e pronta para a diversão
Anya não vacila quando quer se entorpecer
Chuta, Chupa, Grita faz o que tiver de ser
Não se importa mais com a vida, 
Diz que não tem coração.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Lúcia, Pêssego Perverso





É chegada a hora de botar tudo em panos limpos, Lúcia era o nome dela, nome derivado de Luz. Lúcia era a minha luz. Diz o poeta que no auge da sua vida ele se perdeu na escuridão, eu, no auge da minha, me perdi na floresta escura entre as densas folhagens do destino, mas no fundo das árvores estava Lúcia. Meus quarenta anos vividos já pesavam e minha alegria já havia-se resumido em uma xícara generosa de café e um bom cigarro na varanda. Fazendo este hábito corriqueiramente, minhas únicas horas de alegria na vida já caiam em declínio, mas foi somente até o dia em que vi Lúcia pela primeira vez. Ela estava em total frescor, como um pêssego perverso.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Semiótica do Amor

aperte o play!



Se seu corpo grita eu nem vejo, então mire suas entrelinhas ocultas e pare de jogar com o silêncio...pois eu resolvi a acatar apenas ao verbo! Só ele assola a sua consciência...seus olhos estão distantes, e suas setas humanas certamente apontariam a direção da sua sinceridade.

Sempre te disse com todas as letras que "o não poder" deve ser discutido, e ao "não querer" só resta o acato...então não me tome por louca...se eu viajo nos signos e durmo na magia dos símbolos, é só por que não encerro meu verbo na lógica cruel das palavras...mas quando eu quero, domino o idioma com a razão que poucos podem conceber.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A fome - Parte 1

Picasso, Pablo. - The Kiss


Ana


Era uma vez, uma jovem faminta.

A sua fome não era destas que pode ser sanada com o alimento cultivado nas terras, ou com a carne sem vida, recheada, temperada e chamuscada pelo fogo, oh não, a sua fome era outra.

Ah sim, clichês. Eu sei, são gritantes, mas o que posso fazer se a vida insiste em ficar se repetindo?
O que posso fazer, se a melhor forma de explicar algumas coisas é remeter à outras sensações, tão comuns a todos nós?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tango em Seis Pernas


Dê play

Suite Punta del Este by Astor Piazzolla on Grooveshark
É noite
A meia luz

Uma sala escura iluminada à luz de velas. Ruido de chuva ao Fundo
Mulher morena, vestido vermelho, lábios vermelhos, média Maquilagem.
Mulher Ruiva, vestido negro, lábios carmim escuro, quase sem maquilagem
Ele, homem de estatura média, aparentando seus 40 anos, black tie, barba ainda por fazer.

A agulha encosta no Long play, ouve-se o chiado característico do vinil, os pimeiros acordes soam: é Piazzolla.

Toque

Music Angel II - by Angiestock


Ilusões efervescentes me entregam a seus lábios gelados
A sua música é um descompasso absoluto, e ainda assim, busco um ritmo
Toque minhas notas, eu me entrego sem pensar
Toque minhas notas, o meu corpo quer dançar

Essa arrogância e indiferença me irritam e me derrotam
Seu sorriso e seu olhar me desmontam facilmente
Você sabe tocar as minhas notas e eu esqueço meu juízo
Você sabe tocar as minhas notas e eu esqueço dos meus medos

Reafirmando minha entrega - Reaffirming my surrender



Assim se passaram três meses... Alguns chamam de ilusão, fantasia, imaginação, invenção de minha mente fértil, loucura, enlouquecimento. Algumas vezes cheguei a pensar que fosse, e que minha próxima parada seria no divã de algum analista sequioso por desvendar meus mistérios, desvelando para mim mesma o porquê de tanta intensidade e desejo. Tarefa inútil, posto que eu mesma já me dediquei a isso por anos, e tudo o que consegui foi definir com cada vez maior clareza minha posição e meu caminho: ser escrava. Meu lado obscuro, proibido, visto como deletério e permanente mal, se mostra agora como o mais rico e profuso nas variações do Prazer. Pertencer, obedecer, me dedicar, cumprindo à risca as regras que meu Mestre sutilmente, ou não, me impõe, sendo a maior e fundamental delas o de estar permanentemente à disposição Dele, para o prazer Dele, em dedicação exclusiva e constante.

A Menina da Rua da Praia

Gravura de João Werner (Artista Plástico)
  Ela pairava pelas ruas de Porto Alegre. A cada passo um olhar corria em sua direção. Podiam sentir o seu cheiro de sexo, aqueles tolos, que como uma nuvem ia se espalhando conforme ela progredia nos paralelepípedos da Rua da Praia. O Calor era intenso naquele início de verão e ela sentia, agora, uma gota de suor escorrer por entre suas pernas, conforme ia deslizando através de seus pelos, um arrepio lhe subia o corpo, fazendo com que se tornasse quase impossível resistir a espera de um orgasmo. Ela sabia que ninguém à sua volta poderia lhe  proporcionar o prazer desejado. Olhava em todas as direções e apesar de ver pessoas belas, com corpos perfeitos, nem homens, nem mulheres a satisfariam por completo. Ela tinha uma atração ímpar por ela mesma, desejava com afinco seu próprio toque e então começou a massagear lentamente seu pescoço enquanto caminhava.

Acredite em minhas ilusões

Nymphs and Satyr, William-Adolphe Bouguereau, 1873
Prefiro nem pensar.
Vou deixar o instinto falar por mim.
E seja lá o que fizer, vai ser assim.

Eu não me importo se você quebrar.

Eu sinto o pulso acelerar e a eletricidade fluindo ao seu redor.
O seu gosto em minha língua é sempre o melhor.
Viro as costas para a razão.

Eu não me importo se você quebrar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Bom Dia, sua Vadia.






Todo dia eu dizia bom dia. Ela, entre sorrisos, desejava-me cordialmente bom dia. Era a alegria dos olhos, a felicidade dos ouvidos, o calor de sua mão era um sol. Ela dizia bom dia sobre o claro celeste ou sobre o nublado pesar dos dias fechados. Bom dia de segunda a sábado, domingo era folga do meu bom dia, entre toda a sua beleza sempre resplandecia um bom dia. 

Bom dia era dado entre seus olhos, quanto aos meus, com o passar dos dias se tornava mais um lascivo dia. Eu sempre olhava seus seios repousados, sem soutien, dentro da blusa branca. Era sempre um bom dia, mas o melhor do dia era sentir o aroma de seu pescoço no primeiro amplexo de bom dia. 
Todo dia era dado bom dia, mas cada dia meu tesão aumentava paulatinamente. Eu queria morde-la, arranha-la, lamber sua feminina presença. Cada bom dia se tornava doloroso, com o volume entre a calça recebendo os desejos de bom dia. 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Manifesto dos Degenerados

aperte o play!!!



Aqui, sob este nefasto e degenerado palimpsesto eletrônico, jazem e renascem as palavras de poetas de um tempo perdido. Só resta a essas almas desencontradas no mundo, e iluminadas pela putaria, resgatar apenas as gotas de nossos repertórios, que tem a possibilidade de serem compreendidas, degustadas e sentidas pelos animais humanos: gotas geradas pelo gozo de nossas idéias. 

Nós que aqui gememos nossos sonhos, marafonas da gramática, gigolôs da fonética de palavras sujas, certamente não vamos ser compreendidos pela maioria, mas não duvide: impingiremos a vocês o castigo de sentir o pulsar orgástico de nossos conceitos, mesmo sem ter a capacidade de compreendê-los, vão sofrer sob o fardo de sua ignorância ter lhe permitido prazeres vãos, mas quem sabe apenas a safadeza te sirva de motivação, nisso consiste toda nossa esperança.

Tensões da Alma




Relações em geral, tem que ser movidas por tensões...não há motivação maior, do que a possibilidade de invadir o outro, a ilusão de penetrar em um universo.

As pessoas podem até literalizar, crendo que o estopim pras trocas "prazerosas" é a possibilidade de invadir um corpo...mas não, invadir corpos sempre foi muito fácil, a magia está mais nas almas arreganhadas que sustentam corpos seletivos, do que o contrário. 

Corpos arreganhados são aceitáveis, até que são honestos, mas provocam prazeres completamente cerceados pela tangibilidade, pelo gozo do lugar eternamente comum dos bichos. Não há por que se gabar de dominar a fisiologia dos homens, cadelas seriam orgulhosas pelas cópulas de seus cães, éguas se considerariam notáveis e misteriosas ao contemplar o seu poder sobre os cavalos.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Maschera nobile de Dracena


Não leia sem dar o play



Ninguém pode conceber o que se passa pela mente de uma mulher discreta. Ahhh, se os homens soubessem o quanto é mais sensato confiar nas mulheres de gestos e de palavras safadas, e o quanto essas são menos voluptuosas e suas intensidades encerram com seus verbos...

Dentro das fêmeas silenciosas o inferno implode com força similar, mas direção contrária ao vulcão de Pompéia...lavas descem e sobem contrariando a gravidade, então elas se calam, pois se abrissem suas bocas, não seriam mulheres, mas sim dracenas, soltando fogos a queimar tantos homens, quanto seus mitológicos maridos dragões já mataram, sem a expertise de saborear o gosto de seus petiscos. Elas, essas dracenas tem o requinte de saborear suas presas sem a exposição dos restos humanos...mulheres não precisam de troféus pra premiar sua feminilidade, precisam apenas do silêncio pra cultuar sua saciedade.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O sexo pra mim sem ficção

aperte o play!



Isso é muito grandioso e não paramos pra pensar: existimos única e exclusivamente por causa do prazer, ele é o nosso único criador, comprovado e tangível, o único motivador de nossa perpetuação. 

Eu tentei por muitos anos corromper minhas idéias sobre sexo. Sim, corromper...a vida é bem mais fácil para aqueles que se aceitam como bichos, ser amoral é adjetivo da natureza, e ela é fria, gelada...para aqueles que se vêem apenas como homens.

Minha sexualidade nunca esteve sob forças castradoras, pelo contrário, se há alguma coisa que eu posso e devo elogiar em meus pais, é a facilidade que eles tiveram em mostrar aos filhos, a cara que sexo tem pras sociedades: Não temos a sexualidade dos bichos, mas também não..de meros homens civilizados, nos nossos diálogos e acordos familiares, sempre esteve implícito o "bicho homem". Eu pouco ouvi dentro de casa sobre religião, mas fui catequizada nos assuntos do sexo e do coração.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Desejo e a Necessidade


Hoje é um dos dias em que meu "Desejo" é um homem bem forte! Minha "Necessidade" amanheceu uma mulher raquítica...ela sem sombra de dúvidas é responsável e está tentando olhar pro calendário, listar suas programações, mas...o infeliz do Desejo hoje pela manhã, pisou nos óculos desta escrava e jogou os estilhaços no lixo.

A pobre Necessidade está perambulando pelos cômodos da minha casa, no desespero de mesmo cega, cumprir suas funções: Seguir a agenda de trabalhos, varrer a casa, não queimar a comida...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Memorias Para um Banho

Foi passando pelo corredor que cruzamos o olhar, ela me notou mirando o meio de suas pernas enquanto caminhava, e como num extinto balançou os quadris para que eu imaginasse as delicias de tudo o que estava escondido.
Logo em frente ela parou para ler o edital, mas era só um passa tempo, me quis refém de suas vaidades, colocou a mão na cintura, e só faltou me olhar diretamente para confirmar que o volume em minha calça só aumentava ao ver as curvas de suas nádegas. 
Como num jogo de maldade, com apenas um dedo na boca ela me fez sonhar com a mais insana chupada da ninfeta desconhecida, aqueles lábios subindo e descendo para engolir meu pau, como quem toma do mais delicioso suco.

domingo, 25 de novembro de 2012

Putos Intelectuais

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A inteligência dela me atraiu, foram dias e dias que debatemos em quase êxtase, trocando informações sobre pensadores, artistas, religiões, silencioso eu a mirava derrubar um por um em suas discussões...

Até que vi seu corpo, o tesão derrubou toda a estrutura da minha racionalidade, eu a olhava e não via mais a intelectual, eu não suportava mais as palavras, eu queria é ouví-la proferir gemidos como de um animal.

Isso nos exigia uma enorme transmutação, por que o amor exige que se pense como homem, mas o prazer nos transmuta a um leão furioso...então erramos em muitos momentos em que levamos pra nossas decisões o gozo da animalidade, e fomos dormir trepando com com diálogos que só cabem a intelectualidade.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Encontro nada casual

aperte o play!


A voz dele era desanimada... talvez ele nem quisesse que ela fizesse o disparate de ir atrás dele, ele não sabia se valia à pena enganar sua namorada, se tivesse certeza...mas não, como um bom cavalheiro, se sentiu impelido a ir ao encontro dela.

Putz, e se ele chegasse lá e ela fosse estranha, se ela tivesse hálito de banana, língua presa, um pouco vesga, um desses "pequenos defeitos" que um pouquinho de noção de photoshop dá pra consertar ou desagrados que as imagens não são capazes de capturar... voz insuportavelmente estridente...mau cheiro...sabe-se lá...

Mas foi, com seu jeito sempre desgrenhando, barba por fazer e cabelo mal cortado, calça jeans surrada, desbotada na altura do pau, camisa preta comum, chinelos rider, telefonou pra ela: - Desce, estou na recepção.

Desrespeito Consentido

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Quero minha recusa desrespeitada, minha luta combatida e meus braços isolados pra me eximir da culpa de ser corrompida.

Dentro de minha submissão quero sentir seus olhos sob minha tutela, se sentindo livres sem se perceberem escravos do prazer da minha capciosa imobilidade. 

Meu corpo encena encarceramento, enquanto minha alma livre se enrosca como cobra nos seus órgãos, que no engano de que são dominadores, fazem tudo que meu tiroteio de desejos ordenam.

Babando... - Drooling..



Sonho todas as noites com Você, encontros não marcados em que mais uma vez e de novo mostro minha servidão. As imagens são vívidas e tão reais que quando desperto sinto o corpo tremendo de tesão, a vagina em contrações, molhada de quase gozo, mas não tenho autorização para tanto. A dor do não-gozo se mistura com o prazer da obediência, da espera prolongada, um gozo contido, sentido bem fundo e que não cessa. Cada minuto do dia é dedicado, oferecido, uma puta cadela sedenta sempre ávida para Te servir. Logo logo poderei estar de fato aos Teus pés, presa em Tua masmorra, carne para Tuas torturas, completamente dócil e servil... Tua cadela baba em antecipada alegria..

Arestas e o Tempo - Edges and Time



Tateio no escuro, procuro a mim mesma, me coloco de quatro, cheirando o chão...
Rastejo, gemendo, querendo do Dono um afago ou Sua simples presença..
Sinto Sua ausência, a distância, o tempo, e minha impaciência...
Está em mim o único poder que tenho: meu desejo de servir ao meu Senhor. É tudo o que tenho nesse momento e em todos desde que O conheci.
Agora 8 meses são passados, e por Ele tudo faço e farei, corrigindo minhas atitudes, me moldando a Seu jeito, amolecendo minhas arestas e, fluida, deixar-me-ei ser levada para o lugar que quero merecer: Seus pés.

Flutuando - Floating



Flutuo... Sonhar  nem posso, porque mal durmo... O desejo de Te servir é tão forte que me fez conseguir o que parecia impossível, me fez conseguir ter coragem para atravessar um oceano e um continente inteiros, enfrentando críticas e medos. Tudo isso, meu Mestre, porque o Senhor tem o dom de projetar calma e confiança em mim. Com Tua maneira simples, sincera, severa, cativou meu ser de forma inteira... Agora me lanço, vou em busca da felicidade real, saindo do mundo online para o contato físico, do olho no olho, sentindo o hálito, a tepidez da Tua pele, e as marcas feitas por Ti no meu corpo. Voo... Já me sinto lá...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Rainha Má - Parte 2

Obra Sfinge, do italiano Roberto Ferri


- Como ousas tratar-me desta forma? - urrava enfurecida para invasor.
- Aquiete-se, piranha real. Estou aqui como convidado, não é mesmo? - dizia isto com meus cabelos enrolados em seus dedos. Meu rei sorrira em aprovação, cúmplice, enquanto o anônimo caçador, acariciava meu pescoço com o verso de seu punhal.

Ventos gélidos varreram meus aposentos, aquela sombra escura gargalhava com deboche:
- Minha rainha, não pude ignorar o quanto és hábil, acredito que poderia demonstrar suas aptidões para este humilde servo de seus encantos...

Naquele momento, percebi que havia caído em minha própria armadilha, distribuíra tantas iscas pelo caminho que acabara por atrair alguém ainda mais depravado do que eu, e com músculos que facilmente sobrepujariam qualquer força de vontade.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Manifesto à Bunda

Grieg by Peer Gynt Suite Nos. 1, Op.46 : In the Hall of the Mountain King on Grooveshark
                         
   Bunda, latifúndio da alegria, redundâncias sagradas de mortal desejo. Bunda, montes de carne, elogio da beleza, felicidade nas curvas, nos derrapares dos meus olhos. Bunda, bundelícia, deleite de poetas e de mancebos, gládio dos guerreiros, simplesmente bunda. Bunda, abundante prazer, abundância de elogios, alvo dos olhos, aeroporto das fantasias. Bunda, bundestria, adestrada carne que vagueia lado a outro, abrindo alas, ferindo os olhos de quem deseja. Bunda, bundarte, repouso dos desejos de Goya, pouso dos desejos de Bosh, sonho de desejos de Renoir, pinceladas divinas obra máxima da curvilínea deidade feminina.

      Quando fazeres amor, mãos modeladoras passearão em apoteótica forma, moldando e modelando os círculos da feminilidade. Mãos que pousam, marcam e arranham, em forma de oração no cordel da inspiração onanista. Sim, a bunda marcada, riscada ao véu de noiva, vermelha e ardente, quente e sedosa, estrada de tijolos amarelos rumo ao reino mágico de sodoma.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Bom, a Bela e o Feio




Josafá era um bundão. Não somente este era o seu estado de ser. Josafá era um tremendo zero à esquerda, um bobo, um panaca. Aquela pessoa tão insignificante que a própria sombra dele se envergonhava da existência. Cabelos melados com gel, partido ao meio, óculos de armação grossa e escura, roupas cafonas, um terninho mal amado e surrado. Josafá era pedante, suas ações eram bisonhas. Josafá era o cara dos deveres, humilhado pelo chefe, abusado pelos amigos do trabalho. A Frase que mais ouvia era: "Josafátermine o relatório pra mim, eu vou sair mais cedo hoje."Josafá tinha ódio da situação, mas a raiva ignorava os pensares e o sentimento de Josafá.  Josafá era tão ignorado, que os próprios pingos da chuva não o molhava, sua presença não era percebida na tempestade. 

Desafios... Challenges




Ser uma escrava à distância é um desafio e pode ser muito difícil às vezes. Foi o caso ontem. Meu Mestre esteve em minha cabeça o dia todo, desde que eu acordei. Só conseguia pensar Nele, em Sua voz, no Seu pau e em todas as coisas que faz comigo. Isto pode parecer que o que sinto por Ele é apenas tesão, mas é muito mais do que isso. Não se trata apenas de sexo, mas de necessidades físicas e emocionais que, por estar longe Dele não são plenamente satisfeitas, embora servi-Lo seja sempre prazeroso e gratificante.

Para muitos sou auto-suficiente, independente, introvertida, mas às vezes preciso de atenção e admito  isso. Não necessito ser o centro das atenções, na verdade prefiro estar sempre à sombra, fora dos holofotes, mas gosto de sentir que Aquele por quem tenho essa conexão tão forte, foca sua atenção em mim. Não me sinto mal em confessar isso, porque entendo que Dominadores e submissas necessitam de mais atenção que a maioria.

Calado...

aperte o play...



Cala sua boca que eu vou fazer você rezar entre minhas coxas, agora! Nem mais um minuto! Basta me sentir latejar pra encarar os fatos de outra forma. Não reclame mais da vida pois estou eu aqui de braços abertos te ofertando meus seios, e só eles podem te dar o alimento que você precisa.

Achou que as outras mulheres iriam me intimidar? Não me intimidam, suas paixões saem de seus corações enquanto a minha grita das entranhas, enquanto elas gozam contando cada qual com a intensidade permitida por sua religião, eu gozo pelos meus monstros e morcegos escondidos em minha caverna de paredes úmidas, que vai proferir seus gemidos em ecos cada vez que você sair e entrar.

E tomaram para si...

The 4 Seasons: Concerto No. 4 in F minor "Winter" by Vivaldi on Grooveshark

E tomaram para si a escadaria barroca.
A mesma que o tempo, em plenos direitos, tomou para si
para regozijar-se nos ásperos degraus de basalto negro.
Punham-se a dançar completamente despidos
senão pelas máscaras
poéticas
que lhes cobriam a face inexistente. 
Dor e prazer formavam um amálgama com as notas estridentes de um violino enraivecido,
enquanto o vento excitado soprava-lhes por entre os sexos expostos 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Rainha Má - Parte 1



Deslizava em passos delicados sobre o negro rio da urbe.Vangloriava-me, silenciosamente, da postura exuberante que adquirira após poucos meses de dança. Pé ante pé, notava mundos se desfazendo em meu caminhar. Cruel, satisfazia-me em penetrar-lhes os saltos e dilacerar os devotos da minha beleza. Maldita, deleitava-me na sorridente recusa e divertia-me torturando-os com desejos impossíveis.

"Tolo! Não existe amor. Traga-me o coração desta alva donzela. Preciso devorar seus sonhos, sua bondade. Ordeno seu sacrifício, em meu nome, pois sou eu, a mais bela"

Suguei toda a vida do fruto rubro e sangrento, lambuzei meus lábios com a vitória de meu sombrio feitiço.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A paz que antecede a fúria





Quanto tempo esperar até que meu ócio se sacie? Não, não era meu o hábito ver passar o tempo, nem tão pouco deslizar nas canções dos dias, mas hoje, eis me aqui cavalgando no tique taque do relógio, galopando em melindrosas horas. Antes era uma dona de casa dedicada, fiel ao trabalho, petulante no véu das paredes, mordaz no que diz respeito ao desejo. Hoje me prezo à dama das Camélias, num fulgurar de desejo explosivo, num latente humedecer de humores. Saciando meu ócio, hoje manhã de quarta, conduzo-me á feira. Cansaço, eis o que me consome.  

Eu já o conhecia, era um carregador do supermercado ao lado do meu salão de beleza preferido, mas ali de pé no metrô era apenas um homem forte, másculo, transpirando feromônios, atiçando meu palato. De pé: "Ó altiva divindade, senhor dos meus recôncavos úmidos, grande suserano dos meus desejos, venha à labuta e erga dentro de mim uma nova floresta de acácias soberanas"; eu pensava dentro de mim, em silêncio, mas com aquele aroma gritando em meu seio já fulgente. "Não sabe, ó moçoila o quanto este desejo se aflora. Levante-se e venha até meus desejos dolentes".