quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O sexo pra mim sem ficção

aperte o play!



Isso é muito grandioso e não paramos pra pensar: existimos única e exclusivamente por causa do prazer, ele é o nosso único criador, comprovado e tangível, o único motivador de nossa perpetuação. 

Eu tentei por muitos anos corromper minhas idéias sobre sexo. Sim, corromper...a vida é bem mais fácil para aqueles que se aceitam como bichos, ser amoral é adjetivo da natureza, e ela é fria, gelada...para aqueles que se vêem apenas como homens.

Minha sexualidade nunca esteve sob forças castradoras, pelo contrário, se há alguma coisa que eu posso e devo elogiar em meus pais, é a facilidade que eles tiveram em mostrar aos filhos, a cara que sexo tem pras sociedades: Não temos a sexualidade dos bichos, mas também não..de meros homens civilizados, nos nossos diálogos e acordos familiares, sempre esteve implícito o "bicho homem". Eu pouco ouvi dentro de casa sobre religião, mas fui catequizada nos assuntos do sexo e do coração.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Desejo e a Necessidade


Hoje é um dos dias em que meu "Desejo" é um homem bem forte! Minha "Necessidade" amanheceu uma mulher raquítica...ela sem sombra de dúvidas é responsável e está tentando olhar pro calendário, listar suas programações, mas...o infeliz do Desejo hoje pela manhã, pisou nos óculos desta escrava e jogou os estilhaços no lixo.

A pobre Necessidade está perambulando pelos cômodos da minha casa, no desespero de mesmo cega, cumprir suas funções: Seguir a agenda de trabalhos, varrer a casa, não queimar a comida...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Memorias Para um Banho

Foi passando pelo corredor que cruzamos o olhar, ela me notou mirando o meio de suas pernas enquanto caminhava, e como num extinto balançou os quadris para que eu imaginasse as delicias de tudo o que estava escondido.
Logo em frente ela parou para ler o edital, mas era só um passa tempo, me quis refém de suas vaidades, colocou a mão na cintura, e só faltou me olhar diretamente para confirmar que o volume em minha calça só aumentava ao ver as curvas de suas nádegas. 
Como num jogo de maldade, com apenas um dedo na boca ela me fez sonhar com a mais insana chupada da ninfeta desconhecida, aqueles lábios subindo e descendo para engolir meu pau, como quem toma do mais delicioso suco.

domingo, 25 de novembro de 2012

Putos Intelectuais

aperte o play!



A inteligência dela me atraiu, foram dias e dias que debatemos em quase êxtase, trocando informações sobre pensadores, artistas, religiões, silencioso eu a mirava derrubar um por um em suas discussões...

Até que vi seu corpo, o tesão derrubou toda a estrutura da minha racionalidade, eu a olhava e não via mais a intelectual, eu não suportava mais as palavras, eu queria é ouví-la proferir gemidos como de um animal.

Isso nos exigia uma enorme transmutação, por que o amor exige que se pense como homem, mas o prazer nos transmuta a um leão furioso...então erramos em muitos momentos em que levamos pra nossas decisões o gozo da animalidade, e fomos dormir trepando com com diálogos que só cabem a intelectualidade.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Encontro nada casual

aperte o play!


A voz dele era desanimada... talvez ele nem quisesse que ela fizesse o disparate de ir atrás dele, ele não sabia se valia à pena enganar sua namorada, se tivesse certeza...mas não, como um bom cavalheiro, se sentiu impelido a ir ao encontro dela.

Putz, e se ele chegasse lá e ela fosse estranha, se ela tivesse hálito de banana, língua presa, um pouco vesga, um desses "pequenos defeitos" que um pouquinho de noção de photoshop dá pra consertar ou desagrados que as imagens não são capazes de capturar... voz insuportavelmente estridente...mau cheiro...sabe-se lá...

Mas foi, com seu jeito sempre desgrenhando, barba por fazer e cabelo mal cortado, calça jeans surrada, desbotada na altura do pau, camisa preta comum, chinelos rider, telefonou pra ela: - Desce, estou na recepção.

Desrespeito Consentido

aperte o play!


Quero minha recusa desrespeitada, minha luta combatida e meus braços isolados pra me eximir da culpa de ser corrompida.

Dentro de minha submissão quero sentir seus olhos sob minha tutela, se sentindo livres sem se perceberem escravos do prazer da minha capciosa imobilidade. 

Meu corpo encena encarceramento, enquanto minha alma livre se enrosca como cobra nos seus órgãos, que no engano de que são dominadores, fazem tudo que meu tiroteio de desejos ordenam.

Babando... - Drooling..



Sonho todas as noites com Você, encontros não marcados em que mais uma vez e de novo mostro minha servidão. As imagens são vívidas e tão reais que quando desperto sinto o corpo tremendo de tesão, a vagina em contrações, molhada de quase gozo, mas não tenho autorização para tanto. A dor do não-gozo se mistura com o prazer da obediência, da espera prolongada, um gozo contido, sentido bem fundo e que não cessa. Cada minuto do dia é dedicado, oferecido, uma puta cadela sedenta sempre ávida para Te servir. Logo logo poderei estar de fato aos Teus pés, presa em Tua masmorra, carne para Tuas torturas, completamente dócil e servil... Tua cadela baba em antecipada alegria..

Arestas e o Tempo - Edges and Time



Tateio no escuro, procuro a mim mesma, me coloco de quatro, cheirando o chão...
Rastejo, gemendo, querendo do Dono um afago ou Sua simples presença..
Sinto Sua ausência, a distância, o tempo, e minha impaciência...
Está em mim o único poder que tenho: meu desejo de servir ao meu Senhor. É tudo o que tenho nesse momento e em todos desde que O conheci.
Agora 8 meses são passados, e por Ele tudo faço e farei, corrigindo minhas atitudes, me moldando a Seu jeito, amolecendo minhas arestas e, fluida, deixar-me-ei ser levada para o lugar que quero merecer: Seus pés.

Flutuando - Floating



Flutuo... Sonhar  nem posso, porque mal durmo... O desejo de Te servir é tão forte que me fez conseguir o que parecia impossível, me fez conseguir ter coragem para atravessar um oceano e um continente inteiros, enfrentando críticas e medos. Tudo isso, meu Mestre, porque o Senhor tem o dom de projetar calma e confiança em mim. Com Tua maneira simples, sincera, severa, cativou meu ser de forma inteira... Agora me lanço, vou em busca da felicidade real, saindo do mundo online para o contato físico, do olho no olho, sentindo o hálito, a tepidez da Tua pele, e as marcas feitas por Ti no meu corpo. Voo... Já me sinto lá...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Rainha Má - Parte 2

Obra Sfinge, do italiano Roberto Ferri


- Como ousas tratar-me desta forma? - urrava enfurecida para invasor.
- Aquiete-se, piranha real. Estou aqui como convidado, não é mesmo? - dizia isto com meus cabelos enrolados em seus dedos. Meu rei sorrira em aprovação, cúmplice, enquanto o anônimo caçador, acariciava meu pescoço com o verso de seu punhal.

Ventos gélidos varreram meus aposentos, aquela sombra escura gargalhava com deboche:
- Minha rainha, não pude ignorar o quanto és hábil, acredito que poderia demonstrar suas aptidões para este humilde servo de seus encantos...

Naquele momento, percebi que havia caído em minha própria armadilha, distribuíra tantas iscas pelo caminho que acabara por atrair alguém ainda mais depravado do que eu, e com músculos que facilmente sobrepujariam qualquer força de vontade.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Manifesto à Bunda

Grieg by Peer Gynt Suite Nos. 1, Op.46 : In the Hall of the Mountain King on Grooveshark
                         
   Bunda, latifúndio da alegria, redundâncias sagradas de mortal desejo. Bunda, montes de carne, elogio da beleza, felicidade nas curvas, nos derrapares dos meus olhos. Bunda, bundelícia, deleite de poetas e de mancebos, gládio dos guerreiros, simplesmente bunda. Bunda, abundante prazer, abundância de elogios, alvo dos olhos, aeroporto das fantasias. Bunda, bundestria, adestrada carne que vagueia lado a outro, abrindo alas, ferindo os olhos de quem deseja. Bunda, bundarte, repouso dos desejos de Goya, pouso dos desejos de Bosh, sonho de desejos de Renoir, pinceladas divinas obra máxima da curvilínea deidade feminina.

      Quando fazeres amor, mãos modeladoras passearão em apoteótica forma, moldando e modelando os círculos da feminilidade. Mãos que pousam, marcam e arranham, em forma de oração no cordel da inspiração onanista. Sim, a bunda marcada, riscada ao véu de noiva, vermelha e ardente, quente e sedosa, estrada de tijolos amarelos rumo ao reino mágico de sodoma.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Bom, a Bela e o Feio




Josafá era um bundão. Não somente este era o seu estado de ser. Josafá era um tremendo zero à esquerda, um bobo, um panaca. Aquela pessoa tão insignificante que a própria sombra dele se envergonhava da existência. Cabelos melados com gel, partido ao meio, óculos de armação grossa e escura, roupas cafonas, um terninho mal amado e surrado. Josafá era pedante, suas ações eram bisonhas. Josafá era o cara dos deveres, humilhado pelo chefe, abusado pelos amigos do trabalho. A Frase que mais ouvia era: "Josafátermine o relatório pra mim, eu vou sair mais cedo hoje."Josafá tinha ódio da situação, mas a raiva ignorava os pensares e o sentimento de Josafá.  Josafá era tão ignorado, que os próprios pingos da chuva não o molhava, sua presença não era percebida na tempestade. 

Desafios... Challenges




Ser uma escrava à distância é um desafio e pode ser muito difícil às vezes. Foi o caso ontem. Meu Mestre esteve em minha cabeça o dia todo, desde que eu acordei. Só conseguia pensar Nele, em Sua voz, no Seu pau e em todas as coisas que faz comigo. Isto pode parecer que o que sinto por Ele é apenas tesão, mas é muito mais do que isso. Não se trata apenas de sexo, mas de necessidades físicas e emocionais que, por estar longe Dele não são plenamente satisfeitas, embora servi-Lo seja sempre prazeroso e gratificante.

Para muitos sou auto-suficiente, independente, introvertida, mas às vezes preciso de atenção e admito  isso. Não necessito ser o centro das atenções, na verdade prefiro estar sempre à sombra, fora dos holofotes, mas gosto de sentir que Aquele por quem tenho essa conexão tão forte, foca sua atenção em mim. Não me sinto mal em confessar isso, porque entendo que Dominadores e submissas necessitam de mais atenção que a maioria.

Calado...

aperte o play...



Cala sua boca que eu vou fazer você rezar entre minhas coxas, agora! Nem mais um minuto! Basta me sentir latejar pra encarar os fatos de outra forma. Não reclame mais da vida pois estou eu aqui de braços abertos te ofertando meus seios, e só eles podem te dar o alimento que você precisa.

Achou que as outras mulheres iriam me intimidar? Não me intimidam, suas paixões saem de seus corações enquanto a minha grita das entranhas, enquanto elas gozam contando cada qual com a intensidade permitida por sua religião, eu gozo pelos meus monstros e morcegos escondidos em minha caverna de paredes úmidas, que vai proferir seus gemidos em ecos cada vez que você sair e entrar.

E tomaram para si...

The 4 Seasons: Concerto No. 4 in F minor "Winter" by Vivaldi on Grooveshark

E tomaram para si a escadaria barroca.
A mesma que o tempo, em plenos direitos, tomou para si
para regozijar-se nos ásperos degraus de basalto negro.
Punham-se a dançar completamente despidos
senão pelas máscaras
poéticas
que lhes cobriam a face inexistente. 
Dor e prazer formavam um amálgama com as notas estridentes de um violino enraivecido,
enquanto o vento excitado soprava-lhes por entre os sexos expostos 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Rainha Má - Parte 1



Deslizava em passos delicados sobre o negro rio da urbe.Vangloriava-me, silenciosamente, da postura exuberante que adquirira após poucos meses de dança. Pé ante pé, notava mundos se desfazendo em meu caminhar. Cruel, satisfazia-me em penetrar-lhes os saltos e dilacerar os devotos da minha beleza. Maldita, deleitava-me na sorridente recusa e divertia-me torturando-os com desejos impossíveis.

"Tolo! Não existe amor. Traga-me o coração desta alva donzela. Preciso devorar seus sonhos, sua bondade. Ordeno seu sacrifício, em meu nome, pois sou eu, a mais bela"

Suguei toda a vida do fruto rubro e sangrento, lambuzei meus lábios com a vitória de meu sombrio feitiço.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A paz que antecede a fúria





Quanto tempo esperar até que meu ócio se sacie? Não, não era meu o hábito ver passar o tempo, nem tão pouco deslizar nas canções dos dias, mas hoje, eis me aqui cavalgando no tique taque do relógio, galopando em melindrosas horas. Antes era uma dona de casa dedicada, fiel ao trabalho, petulante no véu das paredes, mordaz no que diz respeito ao desejo. Hoje me prezo à dama das Camélias, num fulgurar de desejo explosivo, num latente humedecer de humores. Saciando meu ócio, hoje manhã de quarta, conduzo-me á feira. Cansaço, eis o que me consome.  

Eu já o conhecia, era um carregador do supermercado ao lado do meu salão de beleza preferido, mas ali de pé no metrô era apenas um homem forte, másculo, transpirando feromônios, atiçando meu palato. De pé: "Ó altiva divindade, senhor dos meus recôncavos úmidos, grande suserano dos meus desejos, venha à labuta e erga dentro de mim uma nova floresta de acácias soberanas"; eu pensava dentro de mim, em silêncio, mas com aquele aroma gritando em meu seio já fulgente. "Não sabe, ó moçoila o quanto este desejo se aflora. Levante-se e venha até meus desejos dolentes".  

domingo, 11 de novembro de 2012

Quem tem medo do Lobo Mau




Inicialmente, eu não notara seus tremores ao sentir meu perfume.
Eu sequer estive preocupada em seduzi-lo, juro.

Acordar, escovar os dentes, vestir minha capa, estudar, algumas conversas, alguns olhares desviados, estudar, ir para casa, almoçar, estudar, tomar banho, dormir...

Menina, não fale com estranhos, menina, siga seu caminho, menina, não se arrisque na floresta e acima de tudo, cuidado com o Lobo Mau.

Minha rotina era demasiadamente simples, simplista até.
Eu sempre fui uma menina obediente. Submissa, talvez?
O fato é que eu não me importava ou sequer percebia que os dias se passavam, enquanto eu fazia tudo exatamente igual. Mesmo caminho, as mesmas cores monótonas, uma vida repetitiva, organizada, chata.

sábado, 10 de novembro de 2012

Salvação





aperte o play!

Dor...silenciada por carinhos. Quando todos os hábitos humanos geram desconforto, a fuga pela sobrevivência pode ser vivenciar momentos como um bicho, faça da sua cama sua própria selva, se existe em você um  predador, o expurgue neste momento.

Quando nenhuma meta de sucesso de plástico ou metal parecer prazerosa... Apenas sinta os cheiros e aguarde o eriçar dos seus pelos, invente uma jaula livre de morais... ela pode te separar dos disparates da vida, o refúgio pode ser um altar entre quatro paredes.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Vergonha? - Shame?




O que para uns é vergonha, para mim, puro deleite...
O que para outros é escândalo, para mim, suave melodia...
O que para muitos é loucura, para mim, completa sanidade...
O que para tantos é nojento, para mim, imprescindível alimento...
Assim, escravizada ao Teu desejo, me despojo de orgulho e vaidade,
Lambo Teus pés, Teu corpo todo e reentrâncias,
me submetendo a tudo o que o Senhor quiser,
porque é assim que mais intensamente me anulo,
e Te faço maior do que já és.
Cadela vagabunda, puta ordinária, vadia rampeira,
estou toda em Tuas mãos..