segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A fome - Parte 2



[Leia a primeira parte aqui]

'Nude Woman in a Red Armchair', Pablo Picasso


Daniel


[Desaceleração]

A bala ondula da ponta da língua para dentro da boca.
Ela lambe os próprios lábios e sorri sacana por alguns milissegundos.
Revira os olhos e faz aquela maldita carinha de inocente. (Ah, deliciosa vadia.)
Inspiração, taquicardia, os 3 passos mais distantes da história.
A súbita tranquilidade, o foco preciso em todos os movimentos.
Colou seus lábios no dela, ambicionando roubar-lhe mais do que aquela bala.

[Impacto/Combustão]

Pecado-cereja, quente-gelado, macio-molhado. Beijo dado-roubado.
Uma quase-canção ecoando eufórica em sua mente.
A pele arrepiada, calores, calafrios e um coelho saltitando alucinado dentro do peito.
A língua dela escapando para lamber seus lábios e sabe-se lá onde raios ela escondeu aquela bala.
Foi naquele breve  fechar de olhos que a boca pequena e carnuda ampliou-se em um universo, envolvendo Daniel por inteiro.

[Sincronia]

- Tem alguma coisa importante hoje?
- Tenho prova na primeira aula.
- Ainda falta 20.
- Tá bom.. uma volta na quadra.
- Vem.

A fome era constante.

Risadas ansiosas, respiração ofegante, dobraram à esquerda, de costas para escola de muros altos, em uma rua essencialmente residencial.

- Adoro este horário, as pessoas estão trabalhando ou dormindo.
- Você não tem medo de nada, né, garota?
- Deveria?
- Não tem medo de mim?
- Hahahaha, de você? Será que tem alguma coisa pra você fazer comigo que eu não queira? Acho que você é que devia ter medo de mim.
- Ah é?
- Humrrum, é.

Ana sussurrava tão delicada e doce que quase dava para enganar. Daniel não entendia muito bem, mas não importava o que ela dissesse, ele sentia arrepios em seu pescoço e um tesão quase doloroso.

- Encosta no muro.
- Hein? Mas...
- Shhhh, quieta.

O corpo de Daniel ocultava Ana dos eventuais passantes. Impunha seu tamanho contra as formas nada tímidas da garota. Conjurou seus poderes de homem-polvo e tocou o corpo dela por sobre o desafiador algodão, beijou seu pescoço e no momento que ela segurou o gemido, levantou a camiseta, enfiou a mão pelo soutien e arrancou os peitos dela para fora. (Que coisa linda). Ana pareceu um pouco receosa de ser vista mas ele não se importou. Correu o olhar e riu para ela, apertou Ana e abocanhou os dois mamilos em um único ato. Enfiou a mão no meio das pernas dela e então sentiu que, mesmo por cima da calça, Ana estava encharcada.

- Humm, Daniel.

Ana


[Preparar]

O muro chapiscado era incômodo às suas costas mas sentir Daniel, faminto por ela, amenizava qualquer desconforto. Por alguns momentos ficou preocupada ao ver um carro passando, (vai que era algum professor). Poderia dar uma merda federal se eles fossem flagrados.
Fez um filme mental do que aconteceria ao ser desmascarada de "Ana anjinho" para "Ana piranha" e pensou em fugir dali.
Esqueceu de tudo quando o filho da puta ousou chupar seus peitos.
(Maldita fome!)

[Apontar]

Era mais baixa do que ele. Sentiu o membro duro de Daniel em sua barriga, intercalava carícias e apertos nas costas do garoto enquanto sentia um imenso vazio em sua boca. Daniel perdia-se na pele dela, lambendo, mordendo, respirando, absorvendo o máximo dela para si. Tentou recuar e buscar os beijos mas foi surpreendida por um Daniel controlador. Ele segurou seus cabelos para trás, apertou sua coxa e continuou mamando como se isso realmente pudesse saciar a sua sede.
Ana, acostumada a ter o controle, deslizou seus dedos pelo cós do uniforme de Daniel e enfim conseguiu sua atenção. A mão pequena invadindo a calça, sentindo o volume por sobre a cueca, Daniel mordendo a boca, paralisado, Ana colocando dedo após dedo para dentro,  tocando sua pele, Daniel suspirando e absolutamente entregue.

[Fogo]

A mão inteira apertando Daniel. Ela estava disposta a oferecer a melhor punheta do universo. Daniel respirando fundo, confuso entre beijar e inspirar ela inteira, enfiando as mãos em sua calcinha, sentindo que ela estava toda melada e cheia de tesão. Ana mordeu o braço dele para não gritar de êxtase, o maldito sinal tocando para o inicio da aula, Daniel enfiando 3 dedos dentro dela enquanto ele mesmo explodia contido.

- Ai, caralho, preciso ir. (limpando as mãos na camiseta dele e tentando se recompor da melhor forma)
- Tira o caralho da boca, menina.
- Ai, desculpa. Tiro? (debochada)
- Na verdade... eu quero mesmo é que você coloque.

Não podia perder a prova de jeito nenhum. Saiu correndo rumo aos portões.
Daniel passou do seu lado e apenas moveu os lábios enquanto os amigos já o rodeavam para conversar: "Me espera"
Ana não precisava responder. Sorriu com os olhos enquanto levava o dedo a boca em sinal de silêncio para então ventar escadaria acima.

[continua]


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