sábado, 15 de dezembro de 2012

Deuses Poetas e Vagabundos


Quando a tentativa de existir é motivada pela vontade de nunca ter existido, só te resta criar pessoas e mundos, escrever, pintar, esculpir, dançar, cantar, tocar...convidamos a todos da platéia pra uma taça de absinto, veja as cores como elas são pela última vez, diferente do nosso Deus, mesmo embriagada, eu não minto.

Acha que não tenho fé? Creio tanto em Deus que me sinto um, se esse ser existe e criou um mundo, ele é a mais correta descrição do surreal, se ele é inteligente e justo é por que ao seu universo ele achava banal.

Eu sou então um Deus, que não é físico, químico ou biólogo, sou poeta e vagabundo...existe sim, um mundo, dentro de um mundo, dentro de outro mundo...e o meu está em estágio similar à formação dos primeiros gases.

Meu big bang iniciou com um grande orgasmo, pois é ele que me motiva a criar vidas, as primeiras matérias estão em formação, partículas de putaria circulam por aí...e daqui a pouco nascerão as primeiras formas orgânicas, que elas entrem em úteros, façam crescer barrigas...

Eu não quero seres divididos por suas taxas cromossomiais, muito menos sexo limitado por fenótipos e nem o amor limitado por sistemas xx e xy. Salve Renato Russo e sua surrealidades, salve suas falas e sua pan sexualidade.

Durante nossa evolução, dispenso o objetivo pensante que nos levou ao ser tão imbecis que nesse mundo repleto de sentidos e prazeres, objetivaram "a virtude e a moral", essa parte dos gregos, dispenso, mas... eu sou poeta como Baco e Dionísio, pra eu renascer, ou suportar existir, ressuscito o bacanal.

Chega de penetrar mentes, estudar homens e sociedades doentes, criar objetivos racionalmente pertinentes, eu quero ver o penetrar de almas através dos corpos, se é pra viver em função da matéria, que sejam caralhos, xoxotas, bundas, peitos, corpos...palavras que te parecem indecentes? Todos aqueles que te fizeram ver O TEU templo dessa forma, por aqui passaram, regalaram seus sentidos em fábricas, plásticos e metais e foram embora sem comer ninguém... e nós aqui que poderíamos ser felizes por simples prazeres, estamos mortos.

Por isso grito por Epicuro: Me traga amigos, comida, bebidas e gargalhadas que não dependem do mundo dos homens de hoje, filhos do Deus da biologia ou Carnificina. Mas me tragam demônios, fodas, danças, brincadeiras...pois quero a falsa modéstia de ser Deusa mulher, poeta, puta e menina.

Estamos aqui juntos, filhos perdidos e encontrados de Hades...em uma grande terma repleta de vapores, vinhos e corpos nus...venham, convocamos seres vivos, ou como nós, quase mortos... sem distinção... mas venha pronto pro que pode acontecer...nosso mundo já existe e é um universo em expansivo tesão.




universo em expansão...

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