segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Lúcia, Pêssego Perverso





É chegada a hora de botar tudo em panos limpos, Lúcia era o nome dela, nome derivado de Luz. Lúcia era a minha luz. Diz o poeta que no auge da sua vida ele se perdeu na escuridão, eu, no auge da minha, me perdi na floresta escura entre as densas folhagens do destino, mas no fundo das árvores estava Lúcia. Meus quarenta anos vividos já pesavam e minha alegria já havia-se resumido em uma xícara generosa de café e um bom cigarro na varanda. Fazendo este hábito corriqueiramente, minhas únicas horas de alegria na vida já caiam em declínio, mas foi somente até o dia em que vi Lúcia pela primeira vez. Ela estava em total frescor, como um pêssego perverso.



Lúcia, em sua pura mocidade e juventude plena, adorava-se banhar de sol pela manhã. Logo cedo ela retirava toda a roupa e se entregava ao calor de Hélios. E foi num destes dias que pude ver Lúcia retirar toda a roupa e andar pelo jardim de sua casa. Minha varanda era o único lugar que se podia ver o jardim da casa de Lúcia
Eu era o Espectador do transmutar da beleza.

Lúcia passeava por entre os dandelions do jardim, recebendo todo toque de calor dos raios do sol. Corpo brilhante não era expressão, seu corpo tinha uma reflexão diferenciada, era como se os raios de sol, repletos de tesão e luxúria se aglutinassem para tocar o corpo macio e juvenil de Lúcia. Seus cabelos loiros refletiam a luz com toda a fúria o ponto de arder os olhos. Os luzires do sol brincavam marotamente nos moldes femininos, deslizando pelos bicos dos seios, fazendo reluzir cada micro pelo, cada tufo de cabelo, o lumiar descia por suas costas derrapavam nos contornos de sua bunda sorrateiramente, modelavam os contornos lascivos, fazia uma leve sombra em seu monte de Vênus, como se o sol respeitasse esta parte rósea e suculenta.

Eu havia andado na escuridão desde quando a morte me pregou uma peça, mas naquele dia vi o sol nascer exatamente no momento em que Lúcia me olhou com seus grandes olhos amendoados. Seu olhar foi como a visão do sol ao sair de uma caverna, secante e ardil, forte e cortante. Seus olhos eram duas esferas maliciosas, de feminina graça, dois discos solares iluminando meu dia.

Menina maluca, andando nua pelos dandelions, fazendo o vento safado se deliciar nas suas curvas. Seios róseos, púbis dourado, a covinha deliciosa nos contornos superiores de suas nalgas bem formatadas. Eu sentia o cheio daqui. Meus olhos vagueavam entre seus desenhos, meus desejos imaginativos copulavam na minha imaginação. Lúcia com sua languidez, ar de menina moça, inocência de mulher olha para mim neste momento.

Eu, ali de Voyeur, só observando, ela percebe que eu vejo, ela percebe que estou maravilhado, ela percebe que eu percebo. Meu Deus! Ela é maluca. Deliciosamente maluca.

Seu semblante muda completamente, de inocência para uma possessa. Seus olhares migram para o lado pecaminoso, seus olhos, antes dois sóis, tornam-se duas luas negras. Lúcia entrou em eclipse. Começa a passar a mão nos seios, acariciando a ponta do Mamilo esquerdo, molhando a ponta do indicador na língua e deslizando pelo colo. Suas mãozinhas brancas torneiam suas coxas, sua cintura. Como uma marreta sua palma estala na nádega esquerda: “Stap!”Lúcia molha mais uma vez seus dedinhos, sua mão passeia em direção à sua fonte de desejo, o indicador, o mais atrevido ousa um pouco mais, adentrando em locais insolares. Tenho um formigamento dos sentidos. Lúcia vira-se de costas para mim exibindo sua Nalga, olhando com o canto de olho para trás em minha direção. Lúcia se abaixa mostrando toda a sua rósea feminilidade e seu tão belo e tão poético botão de rosa. Olhando delatoramente, perdido nos meus tesões, quase tendo um colapso, Lúcia afasta seus montes, mostrando cada vez mais as “partes em que o sol não toca”.

Escuto ao longe um som de campainha. Lúcia levanta a cabeça, olha para a casa dela, olha para mim com um sorrisinho mais sapeca do mundo e sai correndo casa adentro jogando um vestidinho pequeno em seu corpo juvenil.

O que era aquilo que eu havia presenciado?! Lúcia, nome derivado de luz, a partir deste dia, meus dias se tornavam mais claros. Lúcia transformou meu coração amargo feito de madeira em um galão de sentimentos e paixão....


.... continua...

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